Em Rondonópolis, o promotor da Infância Ari Madeira e a juíza da Infância Maria das Graças informaram que os três adolescentes envolvidos na morte do padre João Paulo, 35 anos, foram sentenciados pelo envolvimento na tragédia. “Os quais deverão se submeter à medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado, com avaliações psicossociais a cada seis meses, valendo consignar que, de acordo com a ordem legal vigente, as medidas socioeducativas cessam quando seus destinatários atingem 21 anos de idade”, disse o promotor em post no Facebook.
Post publicado pelo promotor Ari Madeira para explicar desfecho do caso envolvendo morte de padre
Madeira ressalta, contudo, que os menores não haviam planejado roubar ou assinar o pároco. Segundo ele, pela análise das provas colhidas pela polícia, os adolescentes estavam no Shopping da cidade e que chegaram a consumir bebida alcóolica e usar maconha durante um percurso.
“Isto é, não há qualquer indício e seria irresponsável afirmar-se que os adolescentes haviam planejado previamente roubar, assassinar ou que estavam a serviço de terceiros”, escreveu.
Forçado a dar carona, padre morto fora vítima de traficantes de drogas
No entanto, o promotor explica que há indícios de que, no momento das agressões, o padre teria sido reconhecido por um dos menores que havia prestado serviços na Paróquia para a construção de uma escada e que este menor estaria com receio de ser identificado pela vítima.
“Colhe-se, ainda, que o Padre ainda chegou a lutar pela própria vida, pois se livrou dos agressores e saiu correndo e gritando por socorro, momento em que foi perseguido, imobilizado e abatido”, escreveu falando sobre o fato e as provas.
Sobre o sigilo do processo, na nota publicada no Facebook, o promotor profere que os autos correm sob segredo de justiça e que é vedada qualquer identificação dos adolescentes.
“(...) ou referência a outros fatos, provas ou circunstâncias, sendo certo que a presente nota constitui mero esclarecimento daquilo que já foi amplamente tratado na imprensa local”.
A afirmação tem efeito com base no art. 147, par. único, do ECA (...) “qualquer reprodução desta nota a respeito do fato não poderá identificar os adolescentes, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome”, explicou na nota.
O caso
O padre da Paróquia São José Esposo, João Paulo Nolli, de 35 anos, foi encontrado morto em 9 de outubro, na região do loteamento Rosa Bororo, próximo ao praia Clube, em Rondonópolis. O padre havia pregado para um grupo de jovens no Jardim América e não foi mais visto.
A partir deste momento a PM montou uma operação para tentar localizar João Paulo ou saber informações do seu paradeiro. Foi então que surgiu a primeira informação e, segundo ela, de que um menor estaria em posso do celular do líder religioso. Durante as investigações, três jovens confessaram o crime contra o pároco. O caso chocou Rondonópolis.